OPINIÃO - Teremos dois novos iPhones em setembro? Isso faz sentido?

Estava discutindo (no melhor sentido da palavra) com amigos a respeito do iPhone ser um produto premium.

Segundo um deles que está nos Estados Unidos há algum tempo, esse termo não se aplica a produto e sim a serviço. Alguns defendem a opinião de que o iPhone não é um produto diferenciado. Eu discordo e vou explicar os motivos.

A Apple não é uma das marcas mais valorizadas do mundo à toa. Quando a pessoa compra um produto da empresa, não está apenas comprando o produto em si e sim toda a “bagagem” que acompanha a marca, como seu status. Por melhor que sejam os produtos a HTC, Motorola, Samsung e afins, dizer pros amigos que você tem um celular desses grandes fabricantes não tem o mesmo “tchan” que um da Apple. Você pode pensar: “que se foda status, eu me garanto”. Tudo bem, você tem todo o direito de pensar assim, mas existe uma indústria imensa que pensa o contrário, ou você acha que uma bolsa Louis Vuitton custa os olhos da cara apenas porque tem uma qualidade superior?

Em todo keynote, a Apple faz questão de contestar os números que o Google solta sobre o Android, de que eles tem mais ativações diárias de que o iPhone. A Apple, pra não ficar atrás, junta no mesmo balaio as ativações de iPad, iPhone e iPod Touch, ou seja, todos rodando iOS. O Google, apesar de ter tablets e outros tocadores de mídia rodando Android, até onde me consta, não faz isso. Na verdade a empresa de Mountain View está na liderança, pois tem inúmeros fabricantes embarcando seu software e isso lhe dá mais poder de fogo, além de fornecer poder de escolha aos usuários, que podem escolher não apenas o modelo e fabricante que mais gostam, mas o que podem pagar.

Nos Estados Unidos o cenário é diferente do que vemos aqui. Porém, é muito comum vermos as operadoras “dando” belos aparelhos Android num plano de dois anos, enquanto o iPhone, no mesmo plano, ainda custa USD 199. Mesmo desbloqueados, os aparelhos Android similares (em especificações) ao iPhone, custam menos. Aqui no Brasil, apesar de mais caros, acontece praticamente a mesma coisa. Ou seja, além de poder de escolha, os Android custam menos e tem aparelhos básicos na faixa dos R$ 400,00, permitindo que muita que iria comprar apenas um telefone, pense em gastar um pouco mais e tenha as facilidades de um smartphone (ainda mais com os planos pré-pagos de internet 3G na faixa dos R$ 10,00).

Já tem um tempo que existem rumores a respeito da Apple lançar duas versões do iPhone, especialmente para ter um produto mais barato e combater a tsunami do Android. Todavia, a Apple preferiu, sempre que lança uma nova versão, deixar a versão anterior no mercado, mas com um preço menor. Apesar disso, o preço da versão anterior ainda é salgado! Muita gente não pode (ou não quer) pagar e acaba indo pra um Android que, pra um usuário leigo, talvez faça as mesmas coisas, por um preço muito menor.

Os [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] mais recentes dizem que o tal iPhone mais barato custaria praticamente a metade de um iPhone tradicional (USD 349), seria desbloqueado e destinado a clientes de planos pré-pagos. O que não dá pra entender é o que a Apple vai abrir mão nessa versão. Uma CPU single-core? Menos memória RAM? Menos armazenamento? Dizem que a Apple tem uma margem excelente com o iPhone (beira os 70%). Ou seja, se ela quisesse, ela poderia fazer um belo corte no preço, mantendo-o exatamente da forma que é hoje. Porém, é mais provável que o tal iPhone mais barato seja praticamente igual a seu irmão mais caro, tanto em CPU, quanto em memória, mas a tela, seria menor (3.5” contra 4”). Na minha opinião, isso não serve apenas pra baixar um pouco o custo, mas sim, é um sinal claro na parte de status: “olha, eu tenho o iPhone grandão, eu sou mais cool que você”. É um fenômeno parecido com os primeiros fones de ouvido brancos do iPod.

Se essa história de dois aparelhos vai ficar apenas nos rumores ou se finalmente via ganhar a luz do dia, só o tempo dirá. Por mais que tenha gente que não dê chance o Android, o fato é que ele vem crescendo e não é bom (do lado da Apple), ter um concorrente tão grande assim. Pra nós, usuários, é sempre muito saudável ver a concorrência brigando e forçando uma melhoria contínua dos produtos.
Gostando ou não do robôzinho do Google, senão fosse ele, é provável que nossos iPhones hoje seriam bem diferentes (piores, claro).

Outro “pequeno detalhe” é a parceria entre as gigantes Microsoft e Nokia. No passado recente, um fator que não ajudou o Windows Phone a decolar era o custo dos aparelhos, visto que a Microsoft determinava um hardware mínimo pro fabricante embarcar seu software e, como esse era muito rigoroso, acaba ficando caro demais e
pouco competitivo. Essa parceria com a Nokia dá a Microsoft justamente a vantegem e o volume necessários pra ter um bom hardware a um custo mais atrativo, o que corrobora os rumores de um iPhone mais barato pra não perder mercado para os concorrentes.


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